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Perfil: Jogar Fora Não Existe!

  • Foto do escritor: F. S. Lawliet
    F. S. Lawliet
  • 17 de jan. de 2018
  • 12 min de leitura

Jéssika não estava bem. Acabava de chegar em casa, e só queria saber de um canto pra recostar, um remendo para a fiação gasta que era seu cérebro naquele momento e algum silêncio. Sempre fora da filosofia de que acontecidos passados fariam bem em ser deixados para trás, e de que se concentrar no futuro era o mais importante. Mas por vezes era muito difícil colocar essa filosofia em prática, e as memórias daquele dia voltavam como flashes de fotografias desbotadas; um corredor amarelado, risadas altas, reclamações em meio a uma névoa de fumaça de cigarro. E pra lá e pra cá, as mesmas expressões, a mesma cara apática pintada em todas as máscaras.

Demorou cerca de meia hora para ter ânimo de levantar da cama. Não trocou de roupa, e o pé direito formigava, um resquício de uma distensão ocorrida dois anos atrás. Após remediar esses dois problemas, ela sentou em frente à sua escrivaninha e ligou o notebook. Abrindo o e-mail, lá estava uma mensagem da sua ex-professora Carolina Piva, que agora estava revisando o seu livro.

"Jéssika, os últimos dois perfis que você mandou ficaram bons, mas tem umas coisinhas no último que eu achei um pouco exagerado. Entra no face depois pra gente conversar melhor sobre. Beijos."

Jéssika sempre ria dentro da cabeça quando via uma mensagem da Carolina, pois inevitavelmente lembrava-se de quando ela mudou sua vida. Uma manhã calorenta e fosca para uma avaliação. A professora de Português, alta e solta, de um ar mineiro característico, entra na sala com uma pompa descomunal, olhando para todos na sala de aula de cima. Como se ela quisesse ver até onde conseguiria estufar o peito para parecer importante, ou assim lhe pareceu.

"Nossa avaliação sera uma produção de texto individual. O tema é livre, e eu vou usar trinta e dois critérios avaliativos por linha."

O sentimento de revolta, cuidadosamente cultivado durante os anos anteriores, aflorou ao ouvir essa frase. Mas, naquele momento, Jéssica não pôde fazer muito a não ser trincar os dentes.

Megera do caralho.

Esse sentimento de injustiça avaliativa a fez pensar em uma matéria acessória que também pegava na época, dada por um professor de filosofia que ela muito admirava chamado Evandosn Paiva, onde estava sendo discutida de maneira muito crítica os processos de manipulação das grandes empresas de mídia.

Taí. Vou escrever sobre isso e quero ver essa idiota reclamar.

Armada de um bom referencial teórico, Jéssika travou a guerra de escrever um texto pesando e argumentando sobre o que era manipulação no mundo da mídia e o que não era. Ao seu ver, foi o melhor texto que escrevera na sua vida estudantil até então, pois mesmo não tendo muito o hábito de escrever, ela conseguira produzir algo sobre um assunto que a interessava. Com o texto pronto, e o prazo de entrega findando, só restava a entrega. E, claro, a esperança de que o que quer que tenha tomado conta da professora ao definir o método de avaliação se abrandasse durante a correção.

Mas o que aconteceu de fato não poderia ser mais inesperado.

A professora Carolina Piva simplesmente se recusou a dar nota àquele trabalho mesmo tendo-o corrigido. No lugar disso, nas costas da folha, ela própria escreveu um texto onde se descarrega de elogios à argumentação, aos prós e contras, a tudo, com uma ponta enorme de admiração à vontade pelo fato novo, pela procura e investigação, pela vontade de fazer justiça com suas palavras. Mas de todas as coisas ditas, uma em especial se fixou em sua mente.

Você devia ser jornalista.


***


O copo de cerveja estava gelado na sua mão, e ela sabia que ele esquentaria o que sobrou do seu conteúdo caso continuasse a segurá-lo daquele jeito. Mas ela não ligava muito para aquilo, em parte por sua mente já estar um pouco enevoada pelo líquido e a ambientação lotada de conversas, gritos e risadas que sempre pairavam no bar durante uma tarde de jogo. Merecia aquelas doses, assim como merecia escapar de toda a correria da vida, do trabalho e de seu curso que estava finalmente chegando ao fim. As tribulações ocorridas já haviam sido compartilhadas com as pessoas que conheciam e que estavam ao seu redor, e em retorno, todas foram no mínimo muito compreensivas, com muitas palavras de encorajamento e alguns abraços. Mas Jéssika não estava ébria o suficiente para não poder mais refletir com alguma coesão, pois naquele momento de fuga, ela reconhecia em si mesma o que andava reconhecendo nos seus colegas desde que fora aceita na Universidade Federal de Goiás (UFG); uma apatia fixa, os olhos cansados, as reclamações esporádicas, as expressões sem tom e nem cor, as risadas sem alegria, e um vazio interior. Aquilo a deixara triste, e fomentara um ódio desde o primeiro dia, tanto pela faculdade quanto pelas pessoas que a faziam, assumindo que fosse verdade o ditado que diz que "quem faz a faculdade é o aluno".

Glup.

Era difícil para Jéssika entender, tanto antes quanto agora, qual era o motivo do repúdio e do medo das outras pessoas dos erros que elas cometiam, sendo que para ela, desde o quinto ano de escola, o erro e a responsabilidade por ele eram quase um prazer. A sensação de autonomia dada pela obrigação de responder por algo errado feito por ela mesma era incomparável vida ordeira e certinha que conhecera até então, além de ter proporconado alguns dos melhores momentos de sua vida.

Tendo estudado no Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (CEPAE) durante o ensino médio, Jéssika descobriu bem cedo como era ter pensamentos subversivos, ainda que não entendesse direito o termo. Ainda no começo da formação, ela gostava de andar com o pessoal mais velho que atuava no Grêmio Estudantil da escola naquela época. Esses alunos foram também os primeiros responsáveis por soprar o jornalismo para sua cabeça com o jornal Boca Maldita, onde eram feitas denúncias críticas ao CEPAE, aos professores, às irregularidades e a tudo que ocorria de injusto nas imediações na escola. A subversividade do jornal se adicionou à de Jéssika e ajudou a moldar uma mentalidade forte, questionadora e pronta a fazer frente ao "sistema" que imaginava existir.

Mas qualquer esperança de encontrar essa efervescência em outras pessoas quando finalmente começou seu curso de Jornalismo na UFG foi por água abaixo, o que a deixou muito pouco presa à faculdade. Coligando-se à Magnífica Mundi, uma iniciativa interna de noticiação da faculdade, ela conseguiu 480 horas extra-curriculares apenas em seu primeiro ano de curso, das quais grande parte foi graças a uma viagem à Bolívia. Essa viagem, organizada pelo professor Nilton José dos Santos, ensinou a ela a como encarar outras realidades a partir de dita realidade, e não a partir da própria, estudando a Bolívia a partir de materiais bolivianos.

Glup.

Outra experiência fora da faculdade que acrescentou muito à mentalidade de Jéssika foi uma temporada no programa Mais Educação, ofertado por escolas públicas que contratava monitores para desenvolverem atividades complementares com os alunos. Mesmo ali Jéssika pôs em prática sua subversividade; em uma das aulas para estudantes do ensino médio, ela pôs em pauta a discussão do aborto, que inicialmente chocou todos os alunos. Querendo saber o motivo, ela pediu a opinião de cada um.

"Eu sou contra porque minha igreja condena o aborto."

"Eu sou a favor porque minha irmã é a favor também."

Ouvindo cada um, foi fácil constatar que quase nenhum aluno possuía realmente uma opinião própria sobre o tema, e por isso a ideia para uma atividade surgiu ali. Pegando diversos textos diferentes, de autores diferentes defendendo pontos de vista diferentes, Jéssika distribuiu cada um para cada aluno e pediu para lerem, e em seguida falarem sobre esse texto de acordo com o ponto de vista nele expressado. O resultado foi um intenso debate, fervilhando com diversas opiniões diferentes, entrando em conflito e construindo, assim, uma mentalidade crítica nos alunos.

A experiência foi tão satisfatória que Jéssika chegou a trancar três matérias daquele semestre para conseguir dar aula em outra escola. Lá, a faixa etária era menor, por volta de oito a nove anos. Mesmo não podendo abordar temas tão pesados, ainda assim foi capaz de incutir senso crítico através de debates inteligentes. Em uma das aulas, uma das atividades que desenvolveu foi uma espécie de teatro encenando um tribunal, onde um pai e uma mãe divorciados brigavam sobre com quem a filha pequena passava mais tempo e sobre os possíveis efeitos negativos que a televisão causava nela. Dividindo a sala entre dois grupos que defenderiam os diferentes pontos de vista, a efervescência foi a mesma demonstrada pelos meninos maiores; crianças gritando "Protesto!" e defendendo ferrenhamente seus programas de televisão favoritos, discutindo porque um programa era correto e porque outro não era. Jéssika fez tais atividades, ocupando dois turnos durante quase todos os dias da semana durante esse semestre, apenas ganhando 150 reais por turno mensais que mal davam para pagar sua alimentação, mas que não se arrepende de ter feito isso, pois entendia que o importante não era apenas o que você absorvia dentro da faculdade, mas também o que você aplicava fora dela.

Glup.

Apesar de se destacar em atividades extra-curriculares e em monitorias e voluntariados fora do espaço acadêmico, dentro de sala de aula Jéssika não foi mais do que uma aluna mediana. Simplesmente não aguentava o modelo tradicional de ensino, ainda muito presente na maioria dos planos apresentados pelos professores no curso. Sempre preferiu a prática do conhecimento adquirido em trabalhos e pesquisas do que simplesmente provar que decorou todo o conteúdo da matéria numa prova escrita, algo que era contra de modo ferrenho desde muito cedo na escola. E no entanto, era ainda um recurso bastante utilizado de maneira, a seu ver, bastante dogmático. E, por vezes por coragem e indignação, por outras por covardia e medo, ela abandonou as matérias que se baseavam inteiramente nisso. Ainda a irrita a lembrança de uma dessas provas escritas, onde lhe era cobrado as situações onde qual plano de filmagem deveria ser utilizado; algo que, para ela, não tinha o menor sentido ser exigido tal conteúdo decorado dos alunos que mal utilizariam esse conhecimento em sua vida profissional como jornalista.

Mas, ainda que sua personalidade forte a levasse para bater de frente com o que não achava correto ou justo, o curso de Jéssika não a deixou isenta de arrependimentos. A teoria transmitida pelos professores, bem aproveitada por eles ou não, era importante tanto quanto aonde ela a utilizava. E quando o copo finalmente ficou vazio e a cacofonia voltou aos seus ouvidos como se tivesse sempre estado lá, mesmo após meia hora de aparente silêncio, Jéssika sentiu, novamente, que voltaria atrás para ir atrás do que perdeu, de material que não leu ou que não entendeu e nunca procurou entender.


***


Finalmente, o nome do livro foi decidido. Catadoras de Horizontes. Ficara tão orgulhosa com a construção desse título que dedicara o epílogo inteiro do livro a explicar o motivo. Com o arquivo aberto no computador, Jéssika foi passando pelas páginas, contemplando seu trabalho. Graças à ajuda da Carolina na revisão, o material estava com uma qualidade muito boa. Mas os aspectos técnicos dos textos eram a última coisa em que pensava quando lia e relia o arquivo aberto na sua frente. No que pensava, muito pelo contrário, eram nas pessoas. Eram nos catadores da Coocap, da Cooprec, da Coocamare, da Acoop, da Cooperrama, da Coopermas e de todas as outras cooperativas de reciclagem de Goiânia. Fora para eles que fizera o livro, e não para si mesma. Tanto que o próprio nome estava bem pequeno no início. Não tinha o menor direito de ganhar qualquer coisa em cima da história deles.

Apesar de hoje não se imaginar ter feito qualquer outra coisa digna de sua defesa de TCC que não a coletãnea de perfis das catadoras de Goiânia, à época em que ouvira falar pela primeira vez das incubadoras sociais, em 2011, Jéssika nem imaginava que seria para aquele rumo que levaria seu desenvolvimento acadêmico. Nem ao menos entendera no início do que se tratava as incubadoras sociais realmente.

Será que são incubadoras de plantinhas?

Essa dúvida aumentou quando Jéssika apareceu no prédio da Reitoria da UFG perguntando onde ficavam essas incubadoras e apontaram para um escritório. Lá, haviam dois monitores.

"Com licença, vocês são incubadoras de quê?"

"Incubadoras de cooperativas."

Hã?

"Cooperativas de quê?"

"De catadores de materiais recicláveis."

Aquilo a deixou ainda mais confusa.

"Vocês tem algum panfleto?"

Ao ver um dos panfletos, ela conseguiu juntar os pontos; as cooperativas geravam empregos para os catadores de lixo no processo de coleta seletiva.

Caraca! Goiânia não sabe disso!

Ao entender direito do que se tratava, Jéssika quis conhecer aquela realidade sobre a qual não sabia absolutamente nada.

"Ei, vocês podem me levar em uma dessas cooperativas no sábado à tarde?"

"Quê...?"

"Ah não...!"

"Ah, por favor! É só uma tarde... Preciso fazer um programa para a Magnífica Mundi... Me ajuda aí."

Com alguma insistência, os dois monitores foram com ela até uma das cooperativas. Os catadores se mostraram muito desconfiados, e para Jéssika, com total razão, quando souberam que uma estudante de jornalismo os visitaria, pois para eles jornalistas eram pessoas que só sabiam enche-los de perguntas idiotas para depois se aproveitarem de uma visão geralmente distorcida de uma realidade que não entendiam para depois ganhar uma merreca de dinheiro divulgando alguma notícia ou reportagem que as pessoas que as vissem logo se esqueceriam dela no mesmo dia. Algo que, quando decidiu fazer um livro de perfis, Jéssika prometeria para si mesma que não deixaria acontecer. No entanto, os dois monitores fizeram o trabalho de inseri-la dentro da cooperativa, mostrando aos catadores que ela não era uma aproveitadora qualquer, mas sim uma estudante genuinamente interessada no processo. Um dos monitores, um estudante de Ciências Sociais chamado André, a acompanhou durante todo o processo dela nas cooperativas fornecendo livros e outros materiais sobre economia solidária e o funcionamento de uma cooperativa, e assim ela se apaixonou completamente pelo estilo de vida dos catadores e suas histórias.

No entanto, quando saiu de lá no ano seguinte, Jéssika pensou que nunca mais mexeria com aquilo, e se viu trabalhando na Secretaria de Cidades, onde era tratada a gestão de resíduos sólidos, onde os catadores exerciam um papel fundamental no processo de reciclagem, um dos mais importantes dessa gestão. E nessa mesma época a Secretaria estava envolvida na construção de galpões em algumas cidades, a partir de recursos do Governo Federal, como uma espécie de pré projeto; caso desse certo, ocorreria a expansão do projeto com a construção de mais galpões em outras cidades. Esses galpões eram construídos no lugar dos lixões, que eram transformados em aterros sanitários, enquanto as pessoas que viviam por ali catando lixo eram organizadas em suas próprias cooperativas, com o apoio da universidade e do município, que poderiam falar sobre auto-gestão e saúde e segurança no trabalho com os membros dessas recém-formadas cooperativas. Quando Jéssika começou a trabalhar, os galpões de Anápolis e de Aparecida de Goiânia estavam sendo finalizados, e todos esses acontecimentos interligados devolveram a ela a paixão pelos catadores, com os quais voltou a conviver devido ao seu estágio na assessoria de imprensa da Secretaria.

Em 2014, quando a Secretaria de Cidades se juntou com a Secretaria de Meio Ambiente, foi quando ela, por fim, decidiu reacender a decisão de três anos atrás de fazer seu TCC baseando-se na sua convivência com os catadores. Assim, durante suas visitas às cooperativas, Jéssika começou a fazer entrevistas com seus membros, abordando temas mais profundos e pessoais de modo a fazer aflorar as suas personalidades. E dessas entrevistas surgiu a vontade de produzir um livro-reportagem de perfis baseados nelas.

A ideia foi firmada, e com o pré-projeto pronto, a defesa do trabalho estava programada para ocorrer no final daquele ano. Porém, no final do primeiro semestre, Jéssika passou por problemas no desenvolvimento do projeto por diferenças de produção com uma colega com quem fazia dupla para o trabalho e com quem teve de se separar. Porém, faltou tempo para concluir o projeto sozinha e Jéssika foi forçada a mudar de tema. A mudança foi sutil; em vez de falar sobre catadores, ela falaria sobre catadoras. Assim, foi definido um tema novo para o qual era necessário escrever um projeto novo, para o qual não haveria tempo para preparar para ser defendido ainda naquele ano. Assim, Jéssika resolveu esperar durante o segundo semestre de 2014, podendo fazer seu pré-projeto com toda a tranquilidade no semestre seguinte, se formando, portanto, no final do primeiro semestre de 2015.

Deu-se início ao tortuoso caminho de conduzir um projeto inteiro por conta própria, ainda que já tivesse parte do material em mãos, Jéssika ainda foi atrás de catadoras e suas histórias, se deslumbrando com cada uma delas, e juntando as peças que por fim se desenrolavam na coletãnea que agora mantinha visualizada no computador na frente de si. Seu empenho a instigava a ponto de sentir que a única coisa que ainda a segurava na faculdade, em meio à confusão caótica e insuportável que aquele ano de 2014 estava se revelando para ela, era o trabalho que estava fazendo pelas catadoras, que não seria apenas uma monografia que ficaria simplesmente estacionada na academia para sempre, mas que fosse algo que ela pudesse devolver para eles, como uma representação deles, de suas vidas, da sua realidade.


***


O corredor amarelado da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) estava particularmente vazio naquela manhã do dia 25 de junho de 2015. Jéssika podia, por fim, aproveitar alguns momentos de tranquilidade antes de finalmente se reunir com a banca dos professores que iriam ouvir a sua defesa. Uma das cópias do livro estava em suas mãos. Já estava à procura de um edital para a sua publicação há alguns dias, e assim que conseguisse o distribuiria para as cooperativas que visitou. Antes seria frentista de posto do que ganhar algum dinheiro com aquilo.

Já não queria mais tanto assim ser jornalista. Havia perdido o pique da subversão de anos atrás, e ainda que conseguisse enxergar saídas da condição moralmente deplorável na qual o jornalismo em geral se encontrava, ela simplesmente não queria saber de ter que cumprir uma pauta preestabelecida, sendo que o que a agradava era perseguir, ir atrás e conhecer, cada vez mais.

Olhando para a capa do seu livro, lembrou-se de repente de uma tirinha que vira no Facebook, lá em 2011, que mostrava uma pilha de lixo em cima da Terra, e uma frase.

Jogar fora não existe.

E Jéssika sabia disso, e a única certeza que tinha era que agora já sabia onde iria jogar.

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